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sábado, 3 de março de 2012

RAIO X: AS PALMEIRAS IMPERIAIS DE ARATUBA SÃO CENTENÁRIAS? - PARTE I


A Palmeira Imperial como ficou conhecida no Brasil é uma planta solitária, de tronco colunar e cujo palmito é exposto volumosamente no seu topo. Ela é originária das Antilhas e do norte da Venezuela. No Brasil o primeiro exemplar desse gênero de palmeiras foi plantado no Jardim Botânico do Rio de Janeiro por D. João VI em 1809 e recebeu a designação imperial devido o Brasil Império com a vinda da família real. Outros a chamam de palmeira-caribenha e palmeira-real-sul-americana, devido suas origens. A Palmer Mater, ou Palmeira Mãe, como foi chamada, tornou-se a mãe de todas as demais palmeiras plantadas em solo brasileiro. No século XIX a plantação dessas palmeiras era comum no Rio de Janeiro, então capital do Brasil. Conta-se que mudas eram distribuídas aos súditos e a palmeira tornou-se assim “símbolo do Império”. Em Aratuba, elas chegaram no período republicano o que deixa de lado aquela imagem de poder monárquico ligado ao trono imperial. Na terra da “abundância dos pássaros”, o único poder que elas representam é a religiosidade católica por estar em frente à Igreja Matriz e ter sido plantada por um padre cujo busto está no museu do município. A primeira vista perguntar se as palmeiras de Aratuba são centenárias parece algo irrelevante porque todo mundo refere-se a elas como centenárias, portanto tornou-se expressão corriqueira e comum. O problema é que a data do plantio das palmeiras envolve controvérsias, tornando a pergunta de grande importância para a história aratubense. Sabe-se que foi o pároco José Barbosa Magalhães¹ quem as plantou. Documentalmente os históricos de Izilda Barbosa(1982) e o histórico da Secretaria de Educação (1995) dizem isso acrescentando que foram 17 palmeiras ao todo, restando apenas cinco, sem mencionar a data da plantação. 
E só aí já temos um probleminha nos dois relatos, porque dizem o mesmo quando no espaço de tempo entre 1982 a 1995, dois cidadãos aratubenses já haviam providenciado a existência de mais uma palmeira no centro da praça – a menor e mais nova delas. O fato do padre plantar 17 palmeiras e restar 05 explica-se pelas pragas como ácaros, brocas e cupins tão comuns nessa vegetação além de doenças que comprometem seu desenvolvimento e longevidade. A “podridão do topo”, por exemplo é muito freqüente nas palmeiras do Ceará e no Piauí.  Foi à professora Regina Magna num estudo de documentos paroquiais sobre a religiosidade de Aratuba, em 2005, quem fez mensão das seis palmeiras, sem maiores detalhes, citando a data da plantação no ano de 1908. Até então essa data não havia aparecido nos escritos. Claro que as memórias vivas já afirmavam isso. Dona Albertina Lima, de 99 anos, por exemplo, diz que padre Zezinho Magalhães plantou-as no ano de 1905, o que é próximo do seu paroquiado que começou em 1908. Já outros como Manoel Pereira Martins (Seu Manoel do Bar), 83 anos diz que padre Zezinho as plantou em 1915.