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segunda-feira, 12 de março de 2012

CNEC de Aratuba – “Fica em Silêncio um Minuto Só” - PARTE II


A História da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade(CNEC) no Município de Aratuba – Desafios e Conquistas Educacionais desde sua Origem até seu Fechamento.  


As dificuldades no início foram enormes e não havia merenda escolar. Para resolver esse problema, a irmã Elizabeth sugeriu para Francisca do Nascimento Martins (Nenê), de vender merenda aos alunos. Dona Nenê vendia sopa, suco, salada, cocada, tapioca e pão francês. E numa dessas vendas o aluno Luiz Aloísio dos Santos (Aloisio Senhor) que vinha a pé todos os dias do sítio Barreiros, deixou sem querer uma moeda cair dentro do panelão de sopa. Ainda hoje Aloísio Senhor rir dessa história hilariante e lembra que teve de pagar todo o panelão, pois ninguém queria mais a sopa daquele dia.  Nesse tempo o prédio da CNEC só tinha um pavilhão com algumas salas, diretoria, cantina, banheiros masculino e feminino e um campinho onde os alunos brincavam de bola, bila, pega-pega, macaca e outras. Nesse campinho vários cidadãos como o próprio Aloísio Senhor, hoje vereador; Raimundo Nonato Correia Passos(Passinha) hoje também vereador; Raimundo Nonato Pereira Martins(Piloto), comerciante; Antônio Carlos(Rabo de Porco), proprietário; Evandro Barbosa, hoje pastor; e Walney Monteiro; Francisco Paiva (Chiquinho do Zezito), falecido  e tanto outros brincavam de bola. Tempos depois o local do campo deu lugar a um novo pavilhão através do Projeto São José quando Pe. Moacir Cordeiro Leite era o Presidente do Setor Local. Além do pavilhão construiu-se piscina, quadra coberta, parque infantil e um belo jardim. 
Em 1970 a CNEC começa a crescer no município e o então padre José Maria e o prefeito Raimundo Batista resolvem trazer professores da cidade de Quixadá como Irismar Barros de Matos e Fátima Silva visto que o ginásio contava agora com a 5ª, 6ª e 7ª séries do 1º Grau e um total de 94 alunos. No caso de Irismar Barros de Matos sua atuação na educação de Aratuba é notória e ampla. A professora Irismar (Dona Irismar) foi uma espécie de coordenadora pedagógica da LBA (Legião Brasileira de Assistência) que era um “Jardim da Infância” fundada em 1970 pela Sociedade de Proteção da Criança Pobre de Aratuba que chegou a atender 320 crianças com dois lanches e um almoço. Ela foi secretária da CNEC de 1970 a 1974 e com a saída de Pe. José Maria tornou-se diretora até o ano de 1977, voltando em 1982, saindo no ano seguinte por motivos políticos locais e retorna em 1986 e fica nessa função até a extinção da CNEC em 2001. E se não bastasse Irismar Barros de Matos ainda foi diretora da Escola José Joacy Pereira de 1989 até maio de 1995. Todos os professores e funcionários entrevistados afirmaram que dois homens e uma mulher foram os grandes responsáveis pela existência e sustentação dos 33 anos da CNEC em Aratuba: padres José Maria, Moacir Cordeiro Leite e Irismar Barros de Matos. 
Porém apesar dessas pessoas serem peças chaves na história cenecista aratubense há outros que igualmente dignificaram a CNEC no município: José Oscar Pereira Martins, um zelador que dedicou toda a sua vida ao ginásio. A turma de concludentes do 1º Grau de 1979 não esqueceu de homenageá-lo; a merendeira Antônia de Souza Cavalcante Raquel(Tieta) que trabalhou mais de 20 anos entre LBA(Legião da Boa Assistência) até a CNEC; a secretária  Maria Lucilda Silva Souza; e Margarida de Souza Martins(Dona Margarida) que também desde a LBA esteve envolvida diretamente na educação do município, ora como professora, merendeira, zeladora, supervisora e responsável direta pelo material didático e alimentação de muitos alunos em ambas as instituições. Dona Margarida e outros trabalharam voluntariamente no início da LBA num tempo quando não havia campanha midiática para o voluntariado, a única “campanha” vinha do próprio coração doutrinado pelo ensino cristão do amor ao próximo. 


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