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segunda-feira, 12 de março de 2012

CNEC de Aratuba – “Fica em Silêncio um Minuto Só” - PARTE I


A História da Campanha Nacional de Escolas da Comunidade(CNEC) no Município de Aratuba – Desafios e Conquistas Educacionais desde sua Origem até seu Fechamento.   

Tu que tens mais riso e menos pranto / Tu que tens mais paz e menos luta.
Fica em silêncio um minuto só / Para e escuta: Como a luz que da Escola irradia / E afugenta da treva o pavor / Há de o povo lutar e vencer / Sem temor! Sem temor!"
 Amigo, avante! / Na falange Cenegista / Ocupa o teu lugar Pelo Brasil, / Com fervor de idealista: TRABALHAR! TRABALHAR!
Tu que tens mais riso e menos pranto / Tu que tens mais paz e menos luta.
Fica em silêncio um minuto só / Para e escuta: “Uma escola aberta em qualquer parte” Com as sobras do teu riso, de teus cantos / Há de transformar teu gesto em luz  
Para tantos! Para tantos!"


Quando o hino da CNEC foi composto pela professora Dulce de Oliveira com a música de Juca Chagas, no aniversário de 16 anos da entidade em 1959, sua mensagem expressava muito bem a proposta pedagógica do seu fundador: uma escola que ocupasse o seu lugar no Brasil com uma educação aberta para todos e fazer o povo lutar e vencer.  A CNEC nasceu por um ideal de estudantes universitários encabeçados por Felipe Tiago Gomes em Recife-PE no dia 29 de julho de 1943. E o movimento tornou-se tão grande que o próprio Tiago Gomes chegou a disser: "Quando fundei a CNEC, na época Campanha do Ginasiano Pobre, não tinha idéia da árvore que estava plantando...Aquilo que parecia um sonho, tornou-se uma floresta imensa, abrigando milhares de brasileiros." E o sonho chegou em Aratuba exatamente no mesmo período histórico religioso das CEBs – Comunidades Eclesiais de Base¹ alavancadas por Pe. José Maria Cavalcante e  Pe. Moacir Cordeiro Leite onde o pobre era atendido e ensinado a lutar pela conquista de seus direitos. E a proposta das CEBs e da CNEC se encontravam justamente num ponto: ajudar o mais pobre. Em Aratuba a CNEC foi fundada no dia 27 de agosto de 1967 por Pe. José Maria Cavalcante Costa com as ilustres presenças de professor Raimundo Rodrigues, na época o administrador estadual da CNEC e de Raimundo Pereira Batista, então prefeito do município, além de Zacarias e Francisco Guimarães, funcionários da ANCAR. No momento houve uma eleição para a formação do Setor Local e o resultado foi José Ivan Santos como presidente e o Sr. Nemésio Oliveira Lima como 1º tesoureiro. Onde a CNEC era fundada sempre existia o chamado Setor Local que seria formado democraticamente por pessoas responsáveis para articular governo e comunidade, formando sócios com contribuição mínima para o sustento e o desenvolvimento cenecista. O Setor Local era composto por um presidente, um vice, o secretário e o tesoureiro, todos com um mandato de dois anos. Mas o aniversário da CNEC em Aratuba nunca foi comemorado em 27 de agosto e, sim, em 11 de março porque foi nessa data, no ano de 1968 que às 13 hs iniciaram-se as aulas no Centro Educacional Monsenhor José Barbosa como ficou conhecida a CNEC no município. Padre José Barbosa Magalhães fora vigário em Aratuba entre 1908 e 1916 e além de plantar em frente à Igreja Matriz as Palmeiras Imperiais era um vigário empenhado na educação aratubense e por isso fora homenageado com a escolha do novo nome do prédio da Primeira Escola² do município com a 5ª série ginasial de uma turma única com 25 alunos na época da fundação. O 1º diretor do Centro Educacional Monsenhor José Barbosa foi seu próprio fundador: o pároco José Maria Cavalcante Costa e os primeiros professores foram: Francisco Pereira Barbosa, sua esposa Maria Izilda Lima Barbosa, Amilton Lopes, Altair Lima Bastos e o professor Roberto S. de Oliveira.
O prédio da CNEC era antes o Grupo Escolar Paulo Sarasate, construído por volta de 1951. Pelo Cartório de Notas e Registro de Pacoti - Ceará percebe-se claramente que a Prefeitura Municipal através de seu representante, o prefeito Raimundo Pereira Batista, doou para CNEC, no texto chamada de CNEG, um prédio de tijolos e telhas em 25 de outubro de 1967. O terreno do prédio media cento e vinte(120) metros de frente por sessenta(60) de fundo. A doação foi aprovada pela Câmara Municipal pela Lei nº 62/67. O artigo 2º dizia que o prédio seria denominado de Ginásio Monsenhor José Barbosa e que a doação teria validade enquanto o referido ginásio funcionasse. A doação fora estimada num valor de oito mil cruzeiros novos(ncr$ 8.000,00). Isso mostrava a união da Paróquia, Prefeitura e Comunidade para a fundação de uma escola que não era nem pública e nem privada, mas pautada numa “filosofia de trabalho comunitário”. 


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