O JOVEM INDÍGENA E LIDERANÇA COMUNITÁRIA VICTERO BRUNO DESTACOU O EVENTO COMO UM MOMENTO DE ESPERANÇA E POSITIVIDADE PARA SEU POVO.
Durante a III Conferência do Povo Karão e Kanindé na Aldeia Feijão, em Aratuba, o CDPDH realizou oficina sobre demarcação territorial. Na ocasião, foi explicado sobre as consequências da Medida Provisória 870/2019 e de que forma ela pode impactar na vida dos povos indígenas.
A Medida Provisória 870 foi apresentada ainda no primeiro dia de governo e entre outras providências retira da Fundação Nacional do Índio a atribuição de demarcar os territórios indígenas, transferindo para o Ministério da Agricultura a competência para tal. Ocorre, que trata-se de uma tentativa do governo federal de inviabilizar as demarcações, submetendo para os interesses dos ruralistas a decisão de demarcar os territórios originários. Por essa razão, o movimento indígena do Brasil e as entidades de apoio, além do Ministério Público Federal e Defensoria Pública da União defendem que a MP 870 é inconstitucional e não deve prosperar no direito brasileiro, por ferir a legislação nacional e internacional de proteção aos povos indígenas.
O evento contou com a participação da juventude indígena de ambos os povos, convidados e jovens dos outras etnias no Ceará. A organização ficou por conta do Coletivo de Jovens Indígenas Jaguaribara (CJIJ) e da Articulação da Juventude Indígena Kanindé (AJK).
Segundo o líder comunitário Victero Bruno, a Conferência da Juventude Indígena superou as expectativas, principalmente nos fóruns de discussões sobre a presença de indígenas no Maciço de Baturité, com ênfase na participação do povo Karão e sua luta por sua autoafirmação e reconhecimento perante o movimento indígena estadual. “Como sempre nosso povo, nossa juventude, nossos parentes, simbolizam força e resistência na luta pela conquista da terra e resgate histórico da nossa cultura. Todos estão de parabéns”, concluiu Bruno.
