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quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Agroecologia e Ater especializada são prioridades na estadual do Ceará

Agroecologia e Ater especializada são prioridades na estadual do Ceará.

Não dá mais para pensar as políticas públicas rurais dissociadas da Agroecologia. É o que a plenária da etapa estadual da 2ª Conferência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (2ªCnater) do Ceará debateu na manhã de hoje (24/02), em Fortaleza. Cerca de 300 ativistas do rural no estado ficam reunidos até amanhã para propor melhorias nas políticas executadas pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA).

De acordo com Marcos Castro, secretário do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural Sustentável do Ceará (CEDRS), a formação dos técnicos que vão a campo auxiliar o trabalho dos agricultores e agricultoras precisa ser contextualizada com a realidade deles. “A abordagem precisa ser especializada, levando em conta o saber popular”, afirma.

Para ele, “não faz sentido pensar em políticas públicas dissociadas dos princípios agroecológicos”. O mesmo é reforçado por Rodrigo Amaral, secretário do Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável (Condraf), que participa da conferência. “Os delegados cearenses querem uma Ater com continuidade, com mais recursos, querem a universalização do atendimento, uma Ater que valorize o conhecimento do camponês, garantindo uma produção agroecológica”, afirmou.

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Aratuba, Jaqueline Simão, também participou desta etapa estadual, propondo melhorias significativas a nível nacional com abrangência local. A participação de Jaqueline nestas conferências tem sido importante na defesa dos interesses dos agricultores de Aratuba.

Um olhar para os extrativistas

Margarida Marques é uma extrativista, moradora do município do Crato, no Sul do Ceará. Seu trabalho consiste na extração e comercialização de frutos que a flora local oferece. “Nós fazemos a coleta do piqui, da magaba, do maracujá peroba e da imbiriba. Depois vendemos na feira, pelas rua do Crato”, disse.

Ela é uma das delegadas eleitas em conferências territoriais no estado. Agora, Margarida quer ir para a etapa nacional em defesa da sua luta. Para ela, as políticas de Ater devem olhar também para as comunidades extrativistas, qualificando os trabalhadores e trabalhadoras. “Precisamos de formação, precisamos pensar no reflorestamento da terra pra cuidar daquilo que a gente extrai. Isso é ser sustentável e agroecológico”, conclui.

2ª Cnater

A 2ª Conferência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (2ª Cnater) vai ocorrer em Brasília, de 31 de maio a 3 de junho de 2016. Até lá, a estimativa é que aproximadamente 40 mil pessoas tenham participado das conferências municipais, territoriais, estaduais e temáticas de Ater. Ao fim do processo, um documento será construído para nortear as políticas de Ater do MDA pelos próximos anos.