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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

COLUNA RAIO X - Psicologia e Auto-Estima – Orgulho de ser orgulhoso


Certa vez o inglês Loyd Jones, médico e depois pregador na Capela de Westminster afirmou que “todo o problema da vida é, em última análise a preocupação com o ego”. O Mestre Divino, Jesus, resumiu toda a lei em dois mandamentos: O primeiro, amar a Deus com todo o entendimento, alma e coração; e o segundo, amar o próximo como a si mesmo. Nos tempos modernos, por influência da psicologia, que orgulhosa e literalmente defini-se como a ciência que estuda a psiquê, ou seja, a alma humana acrescentou-se um terceiro mandamento: O AMOR A SI PRÓPRIO. Digo orgulhosa porque uma ciência que estuda não o cérebro que é algo físico, mas a mente (alma) que é algo não físico é altamente prepotente. Imagine uma ciência estudar o invisível e ainda assim ser considerada ciência é algo tão incrível que só podemos comparar a uma mágica que deu ao mundo um presente semelhante ao Cavalo de Tróia da antiga Grécia. Porém com seus postulados altamente questionáveis a psicologia diz que só pode amar alguém quem primeiro se ama e reconhece seu valor pessoal. O terrível é que na época atual caracterizada pelo ódio, violência, desrespeito e autoritarismo o nosso maior problema não é que nos amamos pouco, ao contrário nos amamos bem demais. Tanto a minha como a sua maior dificuldade não é em amar-se, mas em amar a Deus, nosso criador e amar o próximo, nosso semelhante. Nem eu, nem você e nem ninguém tem problemas de amor próprio, e por isso Jesus disse que deveríamos amar o próximo como a nós mesmos, pois ele partiu do princípio que o amor a si já é latente no ser humano. Não são três mandamentos do tipo: AMOR A DEUS, AMOR AO PRÓXIMO E AMOR A SI PRÓPRIO e, sim, apenas dois: AMOR A DEUS E AO PRÓXIMO, onde o segundo depende do primeiro. Ensinar que o ser humano precisa aprender a amar a si primeiro para depois amar o seu próximo é o mesmo que querer apagar um grande incêndio usando uma mangueira ligada no posto de gasolina. O homem é imagem e semelhança de Deus e tal expressão nos lembra um espelho. O interessante é que um espelho reflete sempre uma imagem que não é sua. Algum problema na imagem refletida não é uma questão de auto-ajuste do espelho, mas sua posição errada com a realidade que refleti. Igualmente nós refletimos uma dignidade que não é nossa, a recebemos na criação e por isso, quando refletimos mal trata-se de erro de relacionamento criatura-Criador e não de auto-imagem. Ora, o erro colossal da psicologia secular da auto-estima é este: Ninguém odeia a si mesmo, pois caso fosse verdade as críticas feitas a alguém seriam recebidas com alegria e não com zanga ou tristeza.
As pessoas odeiam as circunstâncias e situações da vida e não a si mesmas. Mesmo o pior assassino se considera uma pessoa boa e amante de si. Até um suicida, cometeu tal ato por amor próprio, por dominar-se pelo próprio ego e não por falta de amor a si mesmo. Como disse o psicólogo David G. Meyers: “As pessoas costumam atribuir a si mesmas os comportamentos positivos e a fatores externos os comportamentos negativos, permitindo-se receber o crédito por suas boas ações e negar a responsabilidade pelas más.” Como prova disso dificilmente você encontra alguém que rejeita o elogio pelo sucesso ou aceita a culpa pelo fracasso. Não, a tendência é o contrário. A egolatria portanto, é o nosso grande problema e não a ausência de amor próprio. Afinal de contas ninguém chega para o seu espelho mágico e diz: “Espelho, espelho meu quem é mais feio do eu”? Chegamos ao nosso espelho e perguntamos quem é mais belo, mais inteligente ou mais bem sucedido. Desde que o mal entrou no gênero humano sempre existiram pessoas egocêntricas e orgulhosas, mas a atual geração se caracteriza por intelectualizar o orgulho sob outros nomes como auto-estima, amor próprio, auto-imagem, aceitação de si, perdão a si mesmo, complexo de inferioridade e outros. O orgulho tem hoje grande influência da psicologia e de seus psicólogos-sacerdotes como Freud, Jung e Carl Roger.No caso de Roger, um psicólogo humanista norte-americano que enfatizou a auto-estima, temos um exemplo triste do mal que a auto-estima pode fazer. Ao responder porque não dera atenção necessária a sua esposa, nos últimos meses de sua doença terminal, ele simplesmente disse “que era necessário para minha sobrevivência que eu vivesse a minha vida, e que isso deveria vir em primeiro lugar, apesar de Helen estar tão doente”. 
Ainda lembro-me como ficou a cara da professora de psicologia na faculdade quando citei esse episódio rogeriano, mas uma aluna colega minha, concordou com a atitude de Roger e acrescentou que cada pessoa deve ser íntegra consigo mesma. Sem querer ela mostrou para a turma que auto-estima é apenas outro sinônimo elegante de orgulho. A filosofia da auto-estima produziu e continuará produzindo pessoas assim, orgulhosas de si, íntegras com seu próprio ego e o que é pior, elas terão orgulho de serem orgulhosas. Não é sem propósito que o apóstolo Paulo ao citar as terríveis características do fim dos tempos em 2º Timóteo 3, ele começa dizendo que “os homens serão amantes de si mesmos”.

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BIBLIOGRAFIA
HUNT, Dave. A Sedução do Cristianismo. Chamada da Meia Noite, 1999
HUNT, Dave. Escapando da Sedução. Chamada da Meia Noite, 1995