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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Raio X: A Reforma Protestante e os Evangélicos em Aratuba - I

No último 31 de outubro de 2012 comemorou-se no mundo evangélico os 495 anos da Reforma Protestante. Infelizmente essa data é popularmente conhecida como o “Dia das Bruxas” e nos Estados Unidos até mesmo autoridades políticas vestem-se de modo apropriado aos festejos do momento. Exemplo disso foi o vice-presidente Albert Gore e sua esposa fantasiados de múmias no haloween de 2000. No presente ano de 2012 o furacão Sandy obrigou os americanos a cancelar a tradicional parada das bruxas em Nova York. Em nosso país com o objetivo de afastar a influência estadunidense e resgatar o folclore brasileiro, vários municípios como Vitória(Espírito Santo); Poços de Caldas e Ubureba(Minas Gerais); e Fortaleza e Independência(Ceará) já oficializaram a data de 31 de outubro como o Dia do Saci. É uma mudança da bruxaria-Wicca para a bruxaria-Pererê. Mas nenhuma dessas comemorações podem ofuscar um fato histórico e religioso que mudou a cara da Europa e consequentemente do mundo no século XVI. Afinal esse é do Dia da Reforma Protestante, apesar de passar despercebido até para muitos evangélicos. Nessa data alguns alemães costumam colocam fotos de Lutero com um cisne como pano de fundo numa homenagem ao reformador alemão. O cisne é uma referência ao que disse o boêmio John Huss que viveu uns cem anos antes de Lutero.  Huss e seus livros foram queimado pela Igreja Católica em 6 de Julho de 1415. Uma tradição afirma que em sua cela, pouco antes de morrer ele havia escrito: “Hoje, vocês irão queimar um ganso (o significado de “Hus” na língua tcheca); porém, daqui a cem anos, vocês irão escutar um cisne cantando. Vocês não irão queimá-lo, mas terão de ouvi-lo”. E foi em 31 de outubro de 1517, um pouco mais de cem anos depois da morte de Huss que a Igreja Católica e todo a europa ouviu o canto do cisne. Lutero semelhante ao apóstolo Paulo colocou o mundo de cabeça para baixo e revolucionou sua época e a igreja de então não por uma mensagem nova, mas simplesmente conclamando os cristãos ao retorno do autêntico evangelho.  

A epístola de Romanos tornou-se como uma espada na mão de Lutero que quebrou seus próprios agrilhões. E a mensagem da doutrina da justificação por graça e fé foi tão marcante em sua vida que ele assina como Lutero após 1518 já que seu nome era Martim Luder e passou então a ser Martinho Lutero, afinal na língua grega eleutheros, quer dizer liberto. E era assim que se considerava desde então. Ante os abusos do papa Leão X e a venda das indulgências para a construção da Basílica de São Pedro Lutero resolveu fixar em 31 de outubro na porta da Igreja de Wittenberg suas 95 teses. Nelas ele denunciava as irregularidades do catolicismo e mostrava a fundamentação bíblica do verdadeiro arrependimento. Logo em seguida, o papa emitiu uma bula de excomunhão e nela comparava Lutero a uma raposa que entrou na vinha do Senhor. Cerca de quatorze de suas teses foram condenadas e seus livros queimados publicamente. A resposta de Lutero a bula foi enérgica. Convocou a juventude universitária e jogou a bula na fogueira, exclamando: “Por teres entristecido o Santo de Deus(referindo-se a Jesus e não a ele), consuma-te o fogo eterno”. Não havia mais volta e o desenrolar da história já sabemos: desenvolvimento, divisões e avanços do protestantismo na Europa e no mundo.