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quarta-feira, 27 de abril de 2016

Governo do Ceará investe em escola indígena em Aratuba

Na terceira e última matéria da série sobre o Dia do Índio, O governo Ceará traz a história de mais uma escola indígena e as ações do Governo para garantir a demarcação de terras indígenas no Estado.

Em 1999, Teresinha Barroso e Suzanildo Silva começaram a construir uma escola com turmas de jovens e adultos, com apenas 27 alunos. Só depois, em 2006, conseguiram erguer o prédio com as salas de aula para as crianças. Dessa forma, foi inaugurada a Escola Indígena Manoel Francisco dos Santos, localizada na zona rural de Aratuba, na Comunidade Fernandes, onde vive a etnia Kanindé de Aratuba.

A Educação Escolar indígena é uma modalidade da educação básica que visa à recuperação de memórias históricas, reafirmação de identidades étnicas, valorização de línguas e ciências dos índios, além de garantir acesso às informações, conhecimentos técnicos e científicos das sociedades indígenas. “A escola é o local onde cuidamos do intelectual, onde cuidamos do resgate da origem do nosso povo. O foco principal é fazer com que os nossos meninos vão direto para a universidade. Por esse motivo, a escola tem ensino médio”, afirma o diretor Elenilson Gomes.



O principal desafio da escola é assegurar a formação inicial e continuada de professores, gestores e pessoal de apoio. “Garantir que os alunos sejam acompanhados por professores nativos, para que em nenhum momento possam se desvirtuar do verdadeiro intuito da comunidade, que é o fortalecimento do entendimento indígena. Essa garantia só se dá quando entra pequeno na escola e sai para universidade”, comenta Suzanildo.

A unidade conta com 188 alunos e 17 professores indígenas, que motivam os estudantes a buscar o elo entre o estudo dentro e fora da sala de aula. No ensino médio, por exemplo, os alunos em determinado período saem e vão sentir o que a natureza pode proporcionar, entender como é o processo natural, de qual forma os guardiões (os mais sábios) compreendem a situação e como eles trabalhavam antigamente sem as tecnologias.

Ao lado da escola, há o Museu Indígena do Estado do Ceará, que está em construção e irá funcionar como um núcleo de apoio nas áreas das ciências humanas, para garantir um resgate sócio-­histórico dos povos da etnia Kanindé de Aratuba. “Não adianta ficarmos dentro de uma sala só falando que temos que preservar e cuidar. Esses meninos têm que sentir as peças, têm que conversar com os mais velhos, sentir a terra, a água, o fogo, e tudo isso se integra ao currículo da escola”, observa Elenilson.


Redação Aratuba Online com informações do Governo do Estado do Ceará