OS NÍVEIS DE ALERTA LEVAM EM CONSIDERAÇÃO AS SEMANAS EPIDEMIOLÓGICAS 5 E 6, QUE COMPREENDEM, ESPECIFICAMENTE, OS DIAS 31 DE JANEIRO A 13 DE FEVEREIRO.
Os
níveis de alerta levam em consideração as semanas epidemiológicas 5 e 6, que
compreendem, especificamente, os dias 31 de janeiro a 13 de fevereiro. 88% de
todas as cidades, ou 162 das 184, aparecem com níveis de alerta alto (92)
ou altíssimo (70). São quase 9 entre cada dez cidades nesta situação. Estão
nessa lista, por exemplo, Fortaleza, Caucaia, Canindé, Beberibe, Crateús e
Juazeiro do Norte. Somente 22 municípios estão em alerta moderado. Entre elas,
Massapê, Varjota, São Benedito e Viçosa do Ceará, entre outros.
Um
levantamento realizado pelo Diário do Nordeste no último dia 20 de janeiro
indicava que 107 do total de municípios estavam em níveis de alerta alto ou
altíssimo. Em menos de um mês, portanto, houve um aumento de 51% no número
de cidades a registrar níveis de alertas mais preocupantes.
Ainda
conforme dados do IntegraSUS, a taxa de letalidade por Covid-19 nas duas
semanas epidemiológicas chegou a 1,3%, com tendência crescente, mas nível de
risco moderado. Já o percentual de leitos UTI-Covid ocupados, nesse mesmo
período, foi de 85%. A tendência é estabilizada, contudo, o nível de risco
indicado é considerado alto, segundo a plataforma da Sesa.
EXCESSOS
E DESCRENÇA
Para
a epidemiologista e professora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Caroline
Gurgel, os alertas de propagação da doença para o Estado ainda refletem os
excessos cometidos nas festas de fim de ano. Sobretudo, nos eventos
clandestinos, onde o desrespeito às normas sanitárias é ainda mais comum. Outro
agravante, segundo a especialista, é a descrença de boa parte da população
quanto aos reais riscos da doença, provocada por um "vírus muito
mutável".
"Nós
não somos imunes ao que vem acontecendo em Manaus. A gente tem todos os
ingredientes favoráveis para acontecer esse tipo de coisa", diz, avaliando
que as restrições previstas em decretos para o Carnaval, por exemplo, deveriam
ter sido adotadas antes. "Eu não tenho dúvida nenhuma de que a aglomeração
irresponsável, de pessoas sem máscaras, vem gerando essa situação caótica. É
muito importante que cada um faça a sua parte".
AÇÕES
DOS MUNICÍPIOS
Diante
desse cenário, o consultor da Associação dos Municípios do Estado do Ceará
(Aprece), Nilson Diniz, afirma que as cidades cearenses têm mantido o
planejamento adotado no auge dos casos. De acordo com ele, a situação
epidemiológica do Estado vem se tornando semelhante à registrada no ano
passado, durante o pico da crise sanitária. Por isso, "temos mantido o
alerta aos municípios, mostrando principalmente aos novos secretários (de saúde)
municipais e prefeitos recém-eleitos uma preocupação grande" com a doença.
O
consultor da Aprece acrescenta que, em concordância com o mais recente decreto
estadual, "os prefeitos têm ampliado as ações de barreiras (sanitárias) e
educativas nas rádios, mostrando a preocupação" com a doença e os impactos
dela em um curto período de tempo. Diniz lembra ainda que os municípios vêm
sendo orientados a contar com o próprio Centro de Atenção à Covid. O objetivo é
evitar que pessoas com sintomas da doença se dirijam aleatoriamente às unidades
de saúde, aumentando os riscos. "Estamos orientando para que os pacientes
procurem um local específico, com médicos treinados para colher material, fazer
diagnóstico e iniciar precocemente um tratamento".
NÍVEIS
DE CONTAMINAÇÃO
O
IntegraSUS classifica os municípios com risco alto como aqueles com percentual
de testes positivos para a doença entre 50% a 75% e de ocupação dos leitos de
UTI Covid-19 da Superintendência Regional de Saúde (SRS) entre 80,1% e 95%. O
risco altíssimo se limita aos municípios com mais de 95% de ocupação dos leitos
específicos e porcentagem de testes positivos acima de 75%.
Com Informações do DN