A índia Clarynha Kanindé de Aratuba se juntou aos mais de dois mil índios na manhã desta quinta-feira (19), para realizarem a I Caminhada da Terra, com objetivo de chamar a atenção da sociedade, assim como dos governantes e parlamentares, sobre a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, em pauta no Congresso Nacional. Caso seja aprovada, a PEC transfere o poder de demarcação das terras indígenas do governo federal para o Congresso Nacional, mudança considerada pelos manifestantes como retrocesso à luta histórica dos povos indígenas.
"Se com o executivo é ruim, imagine com o legislativo. Eles querem, sobretudo a bancada ruralista, usar a PEC para diminuir as terras indígenas e aumentar as terras para o agronegócio", denuncia Dourado Tapeba. Ele acrescenta que a PEC é inconstitucional, uma vez que se trata de
causa pétrea, que não pode ser mudada, a não ser que a Constituição Federal seja alterada. "Ela não pode ser objeto de emenda constitucional", reforça o representante. Caso venha a ser aprovada, a PEC afeta tanto os povos indígenas quanto os quilombolas. aprovada, a PEC afeta tanto os povos indígenas quanto os quilombolas.
Indicações Os índios protestam ainda contra as indicações políticas para a Funai. "Estão querendo indicar para a Funai pessoas que não tem compromisso nenhum com as causas indígenas, nem conhecem e nem sabem como os índios vivem. Não só na Funai, como na Secretaria Especial da Saúde Indígena (Sesai), que é a saúde indígena. Estão querendo lotear os cargos", dispara Dourado
A caminhada saiu por volta das 9 horas da Praça da Bandeira, Centro, e seguiu até o Palácio da Abolição, onde os índios foram recebidos pelo chefe de gabinete do governo do Estado, Élcio Batista, e Acrísio Sena, assessor especial de Acolhimento aos Movimentos Sociais. Os índios entregaram aos representantes do governo uma carta solicitando apoio do governador Camilo Santana, que encontra-se em Brasília.
Redação Aratuba Online
Fonte: Diário do Nordeste
Redação Aratuba Online
Fonte: Diário do Nordeste