Baixa
arrecadação torna municípios dependentes de repasses federais.
A arrecadação própria através de impostos municipais ainda
permanece inexpressiva nos municípios. Com grande número de isenções promovidas
pelas Prefeituras, falta de arrecadação torna gestões dependentes do FPM
Considerada uma das formas mais eficazes de garantir
independência e equilíbrio para contas municipais, a arrecadação própria de
impostos ainda permanece inexpressiva na maioria dos municípios cearenses.
Entre 74 Prefeituras avaliadas pelo O POVO, apenas quatro conseguiram devolver
aos cofres públicos mais do que 10% de suas despesas até dezembro de 2013.
Do outro lado da balança, outras quinze cidades não
conseguiram arrecadar nem 1% do que gastaram ao longo deste ano. O levantamento
tem como base informações prestadas pelas próprios Prefeituras ao Tribunal de
Contas dos Municípios (TCM). Foram analisados apenas as 74 cidades listadas
pela Corte como em situação “crítica”, por manterem folha de pagamento com peso
superior a 54% das receitas totais.
Com baixa arrecadação própria, essas administrações acabam
ficando dependentes de repasses dos Estados e União. A pouca coleta é fruto
sobretudo da isenção de tributos amplamente promovida pelas Prefeituras.
Em Ibaretama, no Sertão Central, despesas da Prefeitura
somam R$ 14,81 milhões. Já arrecadação com o Imposto sobre a propriedade
predial e territorial urbana (IPTU), por exemplo, pouco supera R$ 7 mil. Sem
arrecadação, quase 100% da receita acaba sendo fruto de repasses dos Fundos de
Participação dos Municípios (FPM) e de manutenção do Ensino Básico (Fundeb), de
R$ 6,86 milhões e R$ 4,43 milhões, respectivamente.
Principais impostos
Principais impostos
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Algumas situações beiram o cômico. Santana do Acaraú, na
Zona Norte do Estado, por exemplo, arrecadou apenas R$ 5 com IPTU neste ano -
apesar de já somar população superior a 30 mil habitantes. Já Barroquinha
atingiu arrecadação de R$ 50 com o Imposto sobre a transmissão de bens imóveis
(ITBI).
Se o IPTU e o ITBI ainda se mostram ineficientes para o
retorno de receitas dos Municípios, o Imposto sobre serviços de qualquer
natureza (ISS) ainda é o grande arrecadador de municípios cearenses. Entre as
Prefeituras analisadas, apenas quatro tiveram arrecadação pouco expressiva do
tributo. Em Aquiraz, coleta do ISS superou R$ 6,3 milhões.