DE ARATUBA PARA A NASA, MARCELA ALVES, UMA HISTÓRIA
DE SUPERAÇÃO E MODELO DE VIDA PARA A JUVENTUDE BRASILEIRA.
A
TRAJETÓRIA DE MARCELA
Ela
tem só 24 anos e um currículo de fazer inveja. Marcela Alves é de Aratuba, um
município de apenas 11.000 habitantes no interior do Ceará, e acaba de concluir
o curso de Ciência da Computação na Faculdade Farias Brito, em Fortaleza. Ela é
a fundadora do Brazilian Club (grupo de estudantes brasileiros) na Universidade
do Estado do Arizona, nos EUA, participou de um
grupo de pesquisa na Nasa onde teve acesso ao famoso telescópio Hubble, e foi a
primeira brasileira a participar do Wolfram Science Summer School (curso de verão de um prestigiado
instituto de pesquisa).
A
menina do interior de Aratuba, filha de agricultores e que sempre sonhou
em estudar fora, viu que podia mudar sua trajetória de vida a partir de um
edital do programa federal Ciência sem Fronteiras (CsF). Como não falava
inglês, decidiu que tentaria ser selecionada para o grupo de alunos que iria
para Portugal. No entanto, antes mesmo de comemorar, veio a notícia que mudaria
tudo: o programa tinha sofrido uma alteração e os alunos não poderiam mais ir a
Portugal. Eles seriam redirecionados para os Estados Unidos e precisariam
passar seis meses a mais para aprender o idioma. Em 2014, sem falar nenhuma
palavra em inglês, Marcela desembarcou em Tempe, no Arizona.
O
início foi muito difícil, conta ela. Não só pela língua e pela dificuldade de
comunicação, já que Marcela estava em um mundo completamente diferente do qual
havia saído. Tudo era motivo para encantamento, mas ao mesmo tempo, as coisas
pareciam muito inacessíveis. Era preciso traçar um plano.
E
assim foi: o primeiro passo foi fazer amigos. Marcela conheceu várias pessoas e
criou o Brazilian Club – um grupo com o objetivo de reunir estudantes
brasileiros da instituição e que existe até hoje.
Depois
disso, começou a participar de um grupo de estudos em Cosmologia e Astrofísica
e estudou processamento de imagens. Um dia, recebeu um email do seu
departamento na Universidade do Estado do Arizona informando que estavam
abertas as vagas para a escola de verão “Wolfram Science”. “Foi o primeiro
email que eu consegui ler e entender tudo o que estava escrito”, relembra.
Pensando
no processamento de imagens que aprendeu durante seu período no grupo de
estudos, a estudante teve uma ideia: sugeriu à equipe do Wolfram Science que
transformasse as teorias até então utilizadas em imagens. Os pesquisadores
adoraram e Marcela foi a primeira brasileira na história aceita para o curso de
verão do prestigiado instituto de ciência.
Depois
de encantar o time do Wolfram Science durante o summer school, a jovem voltou
para a ASU destinada a reunir os brasileiros e fazer com que as pessoas
pudessem compartilhar conhecimentos e a cultura brasileira. Com Brenda Miranda,
uma amiga que conheceu na ASU, fundour o Grupo de Pesquisadores Universitários
Brasileiros de Pheonix, o PUB-Pheonix.
Ao
retornar para o Brasil, Marcela finalizou sua graduação, transformou o projeto
iniciado na summer school em TCC, e deu início, com a amiga Brenda, a um
movimento para empoderar mulheres. Juntas, criaram uma plataforma
para aproximar negócios desenvolvidos por mulheres em áreas remotas.
“Assim, uma costureira, por exemplo, tem como acessar mais facilmente uma loja
de roupas”, explica.
Em
julho deste ano, a equipe liderada por ela foi selecionada para a final mundial
do “International Trade Center
(ITC), Google, e CI&T Women Vendors’ Forum and Exhibition (WVFE) Tech
Challenge 2015”, um desafio internacional para selecionar
ideias que possam ajudar a alcançar a meta de 1 milhão de WOBs (Women-Owned Businesses) no mercado
global até 2020.
A
equipe de Marcela foi premiada com uma menção honrosa na competição, no início
de setembro. Isso significa que ela e Brenda participarão do Youth and Trade
Programme do ITC, a agência conjunta da Organização Mundial do Comércio. O ITC
e a ONU (Organização das Nações Unidas) vão ajudar as jovens a incubar suas
ideias e desenvolver suas habilidades de negócio. Para isso, viajarão em
dezembro para Nairobi, no Quênia.
Como
seus voos são cada vez mais altos, a comunidade de JavaScritp do Brasil, ao
realizar a maior conferência do mundo em Porto Alegre, selecionou 10 mulheres
no Brasil todo para comparecer ao evento. Marcela foi uma das escolhidas. “O
evento foi muito especial, e realmente tinham pouquíssimas mulheres lá”,
revela.
MARCELA
NO PROGRAMA DA ELIANA
Na tarde
do último domingo (31/01), Marcela foi convidada para participar de um dos
quadros do Programa da Eliana, a menina aratubense emocionou o Brasil com sua história
de vida, Marcela fez seus conterrâneos chorarem ao rever toda a sua trajetória.
OS
AGRADECIMENTOS DE MARCELA
Boa
noite, pessoal!
Estou
aqui para agradecer a cada um que dedicou tempo essas últimas semanas para ver
os vídeos, compartilhar os posts e chamar os amigos para me apoiar. Do fundo do
coração, obrigada!
Eu
fiquei muito emocionada porque hoje eu vi muitas histórias lindas. Pessoas que
fazem o bem sem olhar a quem, pessoas que não se deixam abalar pelas
dificuldades e pessoas que tem o coração muito grande. Isso para mim já valeu a pena.
A coisa mais importante eu consegui: deixei
a minha mensagem. Nenhuma
história valia mais que a outra, ninguém era mais merecedor que ninguém, mas
felizmente, agora uma pessoa que mora na rua vai ter mais dignidade na vida
graças a quadros como esse.
O prêmio maior eu sempre tive: paixão por
estudar, e isso minha gente, vale mais que mil e ninguém, ninguém tira de mim.
PS: Obrigada a todo mundo que ligou a TV as
15h (horário de Brasília)
e ficou vendo as coisas do aniversário da Larissa Manoela e não mudou de canal.
haha.
Grande abraço para todos e tenham uma ótima
semana!
Redação Aratuba Online
Informações do Estudar Fora
Redação Aratuba Online
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